A história que está mudando a história e nossas vidas

Bom dia, boa tarde, boa noite! Estou voltando após um bom tempo, agora pretendo registrar aqui meus discursos preparados para o Toastmasters®1, se quiser conhecer mais sobre o Toastmasters® clique aqui.
Em breve farei uma postagem falando um pouco mais do Toastmasters®.

Ele foi desafiado. Deram para ele apenas 3 notas musicais aleatórias, e apenas com isso e seu conhecimento anterior ele precisaria compor uma melodia. Sim, ele conseguiu, e o resultado foi fantástico e em tempo recorde, uma incrível melodia tocou a partir daquelas 3 notas musicais.

Vocês acham que eu estou falando de um grande compositor de música clássica da antiguidade? Não, isso foi o Doodle2 que apareceu na página principal do Google em comemoração ao aniversário de Sebastian Bach! Como isso é possível? O Google contratou milhares de compositores para criar novas melodias toda vez que alguém clicasse ali? Com certeza não, se trata de inteligência artificial e este é apenas um exemplo de como ela já está presente em nossas vidas, mudando a forma como interagimos com o mundo.

No final do post deixei os links de referência para que você possa se aprofundar mais no tema caso se interesse.

O termo inteligência artificial foi criado em 1956 pelo professor John McCarthy para descrever um mundo em que as máquinas poderiam “resolver os tipos de problemas que hoje são reservados para humanos”3, como reconhecer uma pessoa, entender uma conversa ou até mesmo compor uma música. 4

Vou guiá-lo através da história para mostrar brevemente como tudo começou e onde chegamos até agora. Separei essa jornada em 3 fases que distinguem as principais evoluções na inteligência artificial, assim ficará mais fácil entender alguns dos conceitos sem derreter o cérebro 😉. 5

Até anos 60 - Inteligência artificial

A nossa jornada começa em 1842, quando Ada Lovelace6 criou o primeiro programa para um computador hipotético, provando assim que máquinas poderiam manipular qualquer dado representado por números, isso deu início a computação, com o tempo, os programas passaram a realizar operações lógicas mais complexas, semelhantes a tomadas de decisões com base em números.

Em 1944 as pesquisas de neurociência avançam e indicam que o cérebro humano funciona como uma rede elétrica de pulsos, como em circuitos eletrônicos, e esses pulsos podem ser medidos em números. 7

Em 1950, Alan Turing mostra que qualquer cálculo poderia ser implementado digitalmente, portanto seria possível para uma máquina imitar o cérebro, ele também cria o teste de Turing8, esse teste famoso serviria para determinar se um computador seria capaz de imitar um ser humano de forma que um juiz não conseguisse determinar se está interagindo com uma pessoa ou uma máquina através de uma conversa por texto.

Em 1965 Weizenbaum cria o ELIZA9, o primeiro programa de computador a passar no teste de Turing, ele foi capaz de gerar respostas em uma conversa com um humano sem que ele percebesse que estava falando com uma máquina, o ELIZA hoje em dia seria comparável a uma versão mais simples das URAs que temos hoje em provedores de internet e telefonia, que são capazes de dar respostas mas não necessáriamente entendem o que está sendo falado.

Nessa primeira fase a inteligência artificial era simples, automatizava decisões com processos simplistas como árvores de decisão e classificações matemáticas com probabilidades, chegando até a criação de redes neurais artificiais, essas redes imitam as sinapses do cérebro durante uma tomada de decisão usando apenas cálculos matemáticos.

Anos 80 - Aprendizado de máquina

Um grande passo evolutivo foi dado em 1986, quando pesquisas definem as redes neurais com retropropagação, se tratam de redes neurais que se adaptam e aprendem sozinhas, gerando resultados muito mais precisos em previsões, classificações e reconhecimentos. 10

Em 1988, Yann LeCun11 se baseia na biologia da visão dos animais para criar redes neurais artificiais capazes de reconhecer digitos manuscritos, com isso os computadores passam a ser capazes de ver e reconhecer o nosso mundo.

Em 1996 a IBM desenvolve o supercomputador Deep Blue12, ele foi treinado para jogar xadrez e desafiou o melhor jogador de todos os tempos, Garry Kasparov. O Deep Blue conseguiu vencer uma e empatar duas das seis partidas disputadas, um feito nunca antes visto para um computador.

No ano seguinte, 1997, cientistas criam redes neurais capazes de memorizar resultados anteriores, obtendo assim resultados ainda mais precisos de aprendizado e iniciando o entendimento de contextos. 13

Essas evoluções nas redes neurais artificiais permitem que computadores aprendam sozinhos a tomar decisões precisas com base em matemática e estatística, quando recebemos um e-mail com sugestões de produtos da Casas Bahia ou quando fazemos uma busca no Google as redes neurais estão por trás analisando e classificando as opções que aprenderam ser a melhor para nós. Este processo é chamado de aprendizado profundo (Deep Learning).

Anos 2000 - Computação cognitiva

Em 2011 a IBM consegue realizar um novo grande feito, seu supercomputador Watson14 participa e vence o programa de perguntas e respostas Jeopardy nos EUA, ele foi capaz de ouvir e interpretar as perguntas (como um humano), descobrir a resposta correta com base em conhecimentos anteriores que aprendeu em enciclopédias e na internet (como um humano) e formular e falar uma resposta (também como um humano).

Depois disso, em 2014, especialistas se unem e definem a computação cognitiva. Nesta nova fase da computação as máquinas se tornam capazes de entender contextos e realizar interações complexas com os seres humanos, através de som, texto e imagem. 15 16

Em 2016 o programa de computador AlphaGo17, do Google, é treinado para jogador Go, um complexo jogo de tabuleiro baseado em estratégias. Ele compete contra um dos melhores jogadores do mundo e vence 4 das 5 partidas.

Os avanços na computação cognitiva estão em plena expansão, todo dia novas soluções e produtos são criados com novas formas de usar a inteligência artificial. Em 2018 o Google apresentou uma grande nova evolução, o Google Duplex18 é capaz de realizar ligações telefônicas para pessoas reais e conversar naturalmente como um humano para obter informações ou realizar agendamentos para o Google Assistente.

Um futuro promissor, ou perigoso

Recaptulando nossa jornada, desde o século 19 o ser humano tenta reproduzir artificialmente a inteligência humana, usando matemática e estatística para que as máquinas possam aprender sozinhas a reconhecer e interagir com o contexto do mundo real, de uma forma natural, assim como nós.

A inteligência artificial já está presente em nossas vidas de uma forma irreversível, ela está te ouvindo, vendo e monitorando neste exato momento, aprendendo com cada ação sua, e tendemos a depender cada vez mais dela para tarefas do cotidiano, para cuidar do nosso conforto, da nossa segurança, do nosso dinheiro e até da nossa saúde. Isso pode trazer grandes benefícios e também riscos.

Vamos fazer um exercício mental agora. Pare e pense. Quais atividades do seu dia você usa ou necessita do auxílio de uma máquina inteligente?

Sim, é assustador e empolgante ao mesmo tempo!

Referências

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